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Prêmio Nobel de Química é concedido a três cientistas que usaram evolução artificial de enzimas

Quinta-Feira, 04 de Outubro de 2018

Pesquisas contribuirão para a produção de combustíveis mais limpos e no tratamento de câncer metastático

O Prêmio Nobel de Química 2018 foi concedido aos pesquisadores norte-americanos Frances H. Arnold, George P. Smith, e ao britânico Sir Gregory P. Winter. O anúncio dos laureados foi feito no dia 3 de outubro, pela Academia Real Sueca de Ciências, em Estocolmo, e segundo os membros do Comitê do Nobel para a Química, as descobertas dos pesquisadores contribuem para uma química mais verde, que substitui catalisadores tóxicos em processos industriais, e para drogas à base de anticorpos com mais eficácia e menos efeitos colaterais. 

A cientista do Instituto Tecnológico da Califórnia, Frances H. Arnold, foi responsável em 1993 pela primeira evolução direta de enzimas, sua pesquisa tornou possível novas reações químicas por meio de mutações, gerando a produção de substâncias químicas mais amigáveis ao meio ambiente e permitindo o desenvolvimento de combustíveis renováveis menos poluentes. Frances é a quinta mulher a receber o Nobel de Química. A última vencedora foi Ada E. Yonath em 2009.

O pesquisador da Universidade do Missouri, George P. Smith, foi o responsável em 1985 pelo desenvolvimento de um método chamado de Exibição de Fago, no qual um bacteriófago (vírus que infecta bactérias) é usado para criar novas proteínas. 

Já o pesquisador do Laboratório de Biologia Molecular da Universidade de Cambridge, Sir Gregory P. Winter, usou o método de Exibição de Fago para produzir novos fármacos, incluindo anticorpos que conseguem neutralizar toxinas, para combater doenças autoimunes e curar câncer metastático. 

Os pesquisadores George P. Smith e Sir Gregory P. Winter foram os primeiros a introduzir uma sequência de DNA em um vírus e usá-lo para infectar uma bactéria e fazê-la produzir anticorpos, que poderão ser isolados, purificados e usados em remédios, que não causem reações ao paciente. Essa descoberta permitirá desenvolver tratamentos mais específicos a células cancerígenas ou a doenças autoimunes.  O primeiro medicamento feito a partir desse método se chama adalimumab, foi produzido em 2001 e é usado para tratamento de artrite reumatoide, psoríase e doenças inflamatórias intestinais.

Os laureados receberão o prêmio no dia 10 de dezembro, em Estocolmo, quando o rei Carl XVI Gustaf da Suécia irá entregar a medalha e o diploma do Nobel aos vencedores. Os três cientistas irão dividir o prêmio de 9 milhões de coroas suecas, equivalente a R$ 4.098.402, sendo que metade do valor será concedido à pesquisadora Frances H. Arnold e a outra metade será dividida entre os pesquisadores George P. Smith e Sir Gregory P. Winter.