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Marcos De Marchi, presidente do Conselho Diretor da Abiquim: Até quando exportaremos petróleo e gás e importaremos combustíveis?

Quinta-Feira, 24 de Maio de 2018

Marcos De Marchi, presidente do Conselho Diretor da Abiquim


A greve dos caminhoneiros e o enorme prejuízo que isto está causando ao povo brasileiro levantaram um problema que muitas autoridades pretendem jogar para debaixo do tapete: a altíssima dependência do Brasil da importação de produtos.

O Brasil não construiu as refinarias planejadas e agora a alta do dólar obriga ao aumento do preço porque somos dependentes da importação de combustíveis; o Brasil não construiu as fábricas de fertilizantes planejadas e deseja fechar duas plantas existentes, condenando agricultores brasileiros a pagar um aumento de preço de 12% em dólares para comprarem o produto. Adicionalmente, o Brasil importou US$ 38 bilhões nos últimos 12 meses de produtos químicos e não temos previsão de investimentos no setor.

Além do prejuízo a toda a Nação, essas decisões prejudicaram gravemente as economias dos Estados de São Paulo, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará, Rio de Janeiro, Maranhão, Mato Grosso e Minas Gerais. Mais de 120 mil empregos e investimentos de US$ 45 bilhões teriam estimulado o desenvolvimento nas regiões. Para se ter uma ideia, a construção de um novo polo petroquímico geraria arrecadação de US$ 1,0 a 1,3 bilhão em impostos.

Já não bastasse isso, começam os boatos de que a exploração de petróleo deverá ser reduzida por falta de consumo de gás e a Petrobras anuncia a possibilidade de paralisação das refinarias por falta de demanda em função da greve.

Isto é inadmissível. O Brasil é um país riquíssimo em petróleo e gás, matérias-primas para a fabricação de combustíveis e fertilizantes. Contudo, pagamos o preço da nafta mais caro do Mundo e o preço do gás natural é 3 vezes o preço americano.

A nação brasileira necessita urgentemente de um planejamento para agregar valor às suas riquezas naturais, não só para reduzir a nossa dependência da importação de produtos mas, principalmente, para gerar empregos, arrecadação tributária e riqueza para o país.

Existe uma esperança no horizonte. O Congresso Nacional acaba de aprovar a MP 811 prevendo a possibilidade de a PPSA realizar leilões exclusivos para a industrialização do óleo e gás do pré-sal para as atividades de refino e petroquímica.

Fruto da iniciativa de 8 parlamentares de diferentes partidos e Estados – deputados Afonso Motta (PDT/RS), vice-presidente da FPQuímica; Alex Manente (PPS/SP); Davidson Magalhães (PCdoB/BA); Evair de Melo (PV/ES); João Paulo Papa (PSDB/SP), presidente da FPQuímica; Milton Monti (PR/SP); Orlando Silva (PCdoB/SP); e Vinicius Carvalho (PRB/SP) - a emenda contou com o apoio da Comissão mista presidida pelo deputado Júlio Lopes (PP/RJ) com relatoria do Senador Fernando Bezerra (MDB/PE). Uma demonstração de que, acima de eventuais divergências partidárias, nosso Congresso Nacional está realmente preocupado com as questões estruturais de interesse do povo brasileiro.

Não existem dúvidas de que o pré-sal poderá ter para a indústria brasileira o mesmo efeito de recuperação industrial que o shale gas teve para a economia americana, pois a indústria química é a base do desenvolvimento de todos os países ricos.

Ao sancionar a MP 811, na forma aprovada pelo Congresso Nacional, o Presidente Michel Temer estará construindo um importante legado para uma firme retomada do crescimento econômico brasileiro.

O povo brasileiro merece esta esperança!